Lucas Spada (1999) é artista visual, ator e cineasta. Desenvolve trabalhos em pintura e assemblages em madeira, explorando diferentes linguagens visuais e cênicas. Sua pesquisa se volta às relações entre natureza e criação artística.
A obra apresenta um ipê amarelo construído a partir de madeira de reflorestamento e lenha recolhida na mata, materiais que carregam o tempo e a memória do ciclo natural. As formas circulares que compõem a copa remetem tanto à repetição infinita dos ciclos de vida quanto à singularidade de cada florescimento.
O amarelo vibrante, aplicado em tinta acrílica, contrasta com o fundo terroso e avermelhado, evocando a tensão entre efemeridade e permanência. O ipê (árvore que floresce intensamente mesmo em meio à seca ) aqui se torna metáfora do interior humano: resiliência, transformação e potência de renascer.
Ao transformar resíduos naturais em arte, a obra propõe um diálogo entre exterior e interior, natureza e memória, convidando o olhar a reconhecer, na árvore, um reflexo da própria experiência de existir.