Débora Alves é artista visual, pedagoga e artesã bordadeira. Sua trajetória une arte, educação e natureza, criando experiências sensoriais que dialogam com a abordagem de Reggio Emilia e Montessori. Durante a pandemia, desenvolveu oficinas de bordado em projetos sociais e aulas voltadas para a valorização do fazer manual, ampliando esse trabalho também em projetos missionários no Vale do Jequitinhonha, onde levou oficinas de bordado para comunidades em agrovilas. Além do bordado, dedica-se à produção de colares difusores feitos com madeiras nobres reaproveitadas de marcenarias, ressignificando materiais e reafirmando seu olhar para a natureza como fonte de inspiração. Seu trabalho é marcado pela delicadeza, pela conexão com o sensível e pela valorização do processo criativo artesanal.
Débora AlvesNesta obra, o fio se transforma em raiz, e a linha, em galho.
Cada ponto bordado é memória que floresce, casa que se ergue no tronco do tempo, nome que ressoa como canto. A árvore aqui não é apenas imagem: é corpo vivo da ancestralidade, onde o passado repousa nas raízes e o futuro desponta nas folhas.
As casinhas abrigadas nos ramos evocam lares afetivos que sustentam a vida, enquanto os pássaros anunciam movimento, liberdade e continuidade. Ao reunir nomes e histórias num mesmo tecido, a obra costura presenças visíveis e invisíveis, lembrando que toda família é um território sagrado — onde o amor se enraíza e se multiplica.
“ÁrvoreSer” revela a grande árvore que somos: tronco de ancestralidade, galhos de afeto e raízes que sustentam nossa existência. Cada nome bordado é um fruto vivo dessa linhagem, lembrando que ser família é também ser árvore — presença que se multiplica, abrigo que se expande, vida que permanece. Ser árvore é enraizar-se no tempo e florescer em memória.
